November 21, 2006

Mindset

I'm working late today. I feel I'm being productive et al., yet I can't seem to focus on nothing without having some words dancing in the back of my mind... It's an old poem I know, and it's not even one of my favourites, still it is today a part of me... Excuse me non-Portuguese speakers, since this is a poem by Florbela Espanca, a Portuguese poet:

Charneca em flor

Enche o meu peito, num encanto mago,
O frémito das coisas dolorosas...
Sob as urzes queimadas nascem rosas...
Nos meus olhos as lágrimas apago...

Anseio! Asas abertas! O que trago
Em mim? Eu oiço bocas silenciosas
Murmurar-me as palavras misteriosas
Que perturbam meu ser como um afago!

E, nesta febre ansiosa que me invade,
Dispo a minha mortalha, o meu burel,
E já não sou, Amor, Soror Saudade...

Olhos a arder em êxtases de amor,
Boca a saber a sol, a fruto, a mel:
Sou a charneca rude a abrir em flor

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